ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

SUCATEAMENTO DA POLÍCIA FEDERAL


DELEGADOS DA PF PRESSIONAM POR REPOSIÇÃO SALARIAL

Os delegados denunciam 'falta de estrutura e de recursos humanos' e tentativas de acabar com aposentadoria .
 
Fausto Macedo - O Estado de S. Paulo - 20 de junho de 2012 | 21h 00


SÃO PAULO - Reunidos em São Paulo, delegados da Polícia Federal discutiram o que chamam de "sucateamento da instituição" e "descaso do governo em relação aos pleitos da categoria".

Em assembleia realizada na última segunda feira, 18, os delegados debateram "a falta de empenho na aprovação de leis que assegurem prerrogativas para o trabalho independente e imparcial dos delegados federais".

A reunião ocorreu no auditório da Superintendência Regional da PF em São Paulo. Cerca de 50 delegados participaram da assembleia.

Os delegados denunciam "falta de estrutura e de recursos humanos, tentativas de acabar com a aposentadoria policial e a demora do governo em promover a reposição de perdas inflacionárias".

Segundo Amaury Portugal, presidente do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo, a classe está insatisfeita "com o tratamento recebido do governo".

"Os delegados temem que, caso não haja ações concretas no sentido de fortalecer a Polícia Federal, o País não estará em condições de receber a contento os grandes eventos da Copa do Mundo e das Olimpíadas", declarou Amaury Portugal.

Ele disse que manifestações previstas durante a RIO+20 foram adiadas porque os delegados entendem a importância estratégica do evento para o País. "O adiamento dessas manifestações também se deu porque os delegados ainda acreditam nas palavras dos ministros da Justiça e do Planejamento de que os pleitos serão resolvidos até o fim de julho", disse o presidente do Sindicato dos Delegados da PF/SP.

"Caso contrário a classe promete se engajar em movimentos de protesto para demonstrar à população que o governo não quer a Polícia Federal forte no combate ao crime organizado e não valoriza o órgão que é um dos mais respeitados do País", alerta Portugal.

"A insatisfação é muito grande", avalia. "Viaturas sem manutenção, pouca verba. Na fronteira a situação é crítica. Eu até fico preocupado porque tenho entendimento muito bom com o Ministério do Planejamento, mas o descontentamento é enorme."

Amaury Portugal informou que o Ministério do Planejamento, em 2011, calculou em 14,7% o volume de perdas salariais dos federais. "Não houve prosseguimento nas negociações, estimo que hoje a reposição deve ficar próxima dos 30%."

Segundo o delegado da PF, o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, explicou que por ordem do ministério e da presidente Dilma Rousseff todas as negociações com categorias do funcionalismo federal estariam suspensas até o término da RIO +20.

Amaury Portugal disse ter informações de que Dilma estaria preocupada com movimentos reinvidicatórios de diversos setores do uncionalismo, não apenas da PF. Segundo ele, a presidente teria dito que seria desagradável se ela fosse a Washington e os policiais do FBI estivessem panfletando e fazendo movimento contra o governo americano. "Essa é uma vergonha que ela não gostaria de passar no Brasil", comentou Amaury Portugal.

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